domingo, 13 de dezembro de 2009

Underground


Eu nutro uma paixão pelo underground. E uma repulsa pelo mundo pop. Incrível como uma coisa que só pelo fato de não ser o que todo mundo gosta, já me atrai.

E num lapso de pensamento hoje (após uma festa na qual tocou samba), gostaria que o mundo todo fosse do jeito que eu gosto, só pra não ter que aturar tal tipo de porcaria. Mas o que me faz gostar do que eu gosto? Não é justamente isso ser diferente? Portanto, toda essa merda chamada cultura pop é nada mais que parte fundamental da existência da cultura underground.

Não se engane. Eu também me rendo a coisas que fazem sucesso. Também não é tudo o que não faz sucesso que me atrai. É só que há uma tendência pra que eu goste de coisas menos conhecidas e/ou apreciadas. Também, acho que eu não teria amigos se fosse tão extremista assim.

O que me remete a um pensamento constante na minha cabeça: por que é que precisamos de amigo, de socializar, de interagir com outros seres humanos? Parte dos nossos "gostos" são meramente maneiras de fazer amigos. Todos têm algo que até toleram, para acompanhar um grupo de pessoas, ou até uma pessoa com quem se quer relacionar. Ou seja, quanto maior a necessidade que vc tem por ter amigos, maior é a frequência com que vc se vende à cultura pop, ou ao menos ao que eles gostam. E tenho certeza que quando uma pessoa diz: "Ah, nem acredito que eu gosto daquilo, eu tenho vergonha!", na verdade é aquilo o que ela realmente gosta.

No meu caso, eu preciso sim arranjar maneiras de socializar, eu sinto falta de pessoas às vezes. Mas na maior parte do tempo, eu gosto de gostar das minhas coisas.

"I won't deny that I'm inclined to isolate. Dearly beloved, I can't relate to you." - Dearly Beloved - Bad Religion

E acho que esse blog tá ficando pessoal demais, preciso generalizar mais os assuntos.... ou não.

Um comentário:

  1. Eu gosto de estar com pessoas, aliás, todos gostamos. O ser humano é, antropologicamente, um ser social. Entao, há no sangue a necessidade de socializar-se. Mas é na solidao que me encontro e me perco. É neste momento que me dou conta de que existo. Talvez a solidao em mim seja uma necessidade horrenda de privacidade. Mas o que seria de nós, se nao somos nós mesmos? Aquilo que você bem diz: "na maior parte do tempo, eu gosto de gostar das minhas coisas." Estar só é uma das formas mais fortes de liberdade. Liberdade de ser quem se é, liberdade de gostar do que se gosta, de ser seu pra você.

    =D

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